Em tradução livre, employer branding significa "marca empregadora" e se refere à reputação de uma empresa como boa ou não para se trabalhar. O Employer Branding também é uma estratégia das organizações para melhorar sua imagem como empregadora.
De que forma essa imagem é construída no dia a dia? É sobre isso que falamos neste artigo.
O mundo do trabalho tem mudado constantemente. Além da digitalização, e das mudanças vistas com a pandemia de covid-19, outro fator que influencia os modelos de trabalho é a forma como as novas gerações têm se relacionado com ele, o que impacta diretamente na atração e retenção de talentos, uma das prioridades para os líderes de RH para o próximo ano. Nesse processo, a imagem da marca empregadora se torna cada vez mais importante.
3 Fatores que influenciam a marca empregadora
1. Imagem corporativa
Quando você está buscando um produto para comprar ou serviço a ser contratado, é comum buscar referências sobre as empresas fornecedoras e sobre os produtos a serem adquiridos, certo? Essa é uma forma de se assegurar de que sua experiência como consumidor ou consumidora será positiva. E a internet nos dá esse acesso amplo a informações, feedbacks e notícias sobre as empresas. O Bank of America, em 2020, realizou uma pesquisa com 14,5 mil pessoas da geração Z (1996-2016), de 10 países diferentes, que revelou que 80% desse público prefere investir e comprar de empresas que investem em ESG (Environment, Social and Governance).
Da mesma forma, os novos talentos têm buscado trabalhar em empresas alinhadas aos seus propósitos e causas. Neste ano, a CIA de Talentos entrevistou 39 mil universitários e recém-formados no Brasil, Argentina e México, buscando entender quais as expectativas desses profissionais e futuros profissionais em relação ao ambiente de trabalho. A pesquisa revelou que 70% dos entrevistados conhecem os valores e a missão das empresas em que buscam trabalhar, o que demonstra a necessidade de que as empresas se posicionem abertamente sobre como atuam. Outros fatores valorizados pelos entrevistados são o ambiente de trabalho e a relação com a liderança. Já o salário inicial, apesar de ainda importante para esses profissionais, já não é mais o principal diferencial na hora de escolher onde trabalhar.
2. Processo de recrutamento e seleção
Não é novidade que o processo de recrutamento e seleção impacta diretamente na forma como os profissionais veem as empresas. Como falamos neste artigo sobre a experiência do colaborador, a relação dos colaboradores com as empresas se iniciam já nesse primeiro momento. Vagas de empresas confidenciais, com salário confidencial, não têm mais espaço quando o objetivo é atrair talentos fortes. Feedbacks genéricos ou até mesmo a falta de retorno sobre processos aos quais se candidatam - e dedicam tempo e conhecimento - também impactam negativamente a imagem das empresas. Por outro lado, comunicações claras geram percepções positivas sobre o processo e ajudam a manter no candidato a vontade de fazer parte da organização.
3. Experiência do colaborador
Imagine trabalhar em uma empresa em que não há conexão com a cultura, a comunicação não acontece, os profissionais em cargos altos não exercem o papel de liderança, e você não vê possibilidades de crescimento?! Certamente você não comentaria positivamente sobre a empresa, certo?
Isso demonstra que o colaborador é o principal porta-voz da marca. Se eles virem valor no propósito da empresa e se sentirem valorizados no dia a dia, a boa reputação da organização é uma consequência. Ou seja, a comunicação sobre a marca começa de dentro para fora, quando as empresas são coerentes com suas falas, quando a cultura é considerada positiva e quando os colaboradores se sentem valorizados no dia a dia.
Para ter uma boa imagem de marca empregadora é preciso ser uma boa empresa para se trabalhar
Como falamos acima, há diversos fatores que impactam a imagem da empresa como empregadora. É necessário que essa estratégia esteja ligada à da comunicação interna, mas também é importante lembrar que não são a mesma coisa. Outras áreas responsáveis pela imagem da empresa são, principalmente, a área de comunicação externa - tanto o Marketing, quanto Relações Públicas e Assessoria de Imprensa -, o RH, com os processos de recrutamento e seleção e onboarding, além do desenvolvimento das lideranças. Ou seja, essencialmente, uma marca empregadora forte e consolidada é resultado das ações do dia a dia da empresa. Para isso, é importante:
Proporcionar um bom ambiente de trabalho;
Gerar experiências positivas no dia a dia;
Ter um plano de desenvolvimento individual para os colaboradores;
Mapear a jornada do colaborador para estabelecer uma conexão mais forte;
Oferecer salário compatível com o mercado e benefícios atraentes;
Ter um posicionamento claro sobre a cultura e objetivos da empresa.
Todos esses fatores impactam direta e positivamente a percepção do colaborador, o que influencia na permanência na organização e na reputação da empresa. Se levarmos em consideração que o papel principal da comunicação interna é facilitar o dia a dia dos colaboradores, chegamos à conclusão de que ela possui um papel fundamental nesse processo.
Como usar a comunicação interna para melhorar a imagem da marca empregadora
Uma das tendências de conteúdo para 2023, segundo Rafael Kiso, fundador e CMO da MLabs, plataforma de gestão de redes sociais, é o Employee Generated Content - a produção de conteúdos sobre a empresa pelos colaboradores. Aliás, essa já é uma realidade em algumas empresas. Na edição de outubro do Conexão C.I, Francieli Costa, da Volvo, comentou que essa é uma prática já existente na montadora. E o objetivo é transformar, cada vez mais, os colaboradores em comunicadores. A ideia não é forçar, mas incentivar a produzirem conteúdos sobre suas experiências, os bastidores das áreas e resultados conquistados.
Outra forma de a comunicação interna influenciar positivamente a marca empregadora é tornando mais humana a comunicação com colaboradores. Personalizar comunicados, segmentar a comunicação são formas de tornar mais próxima a relação com colaboradores e alcançar a missão da CI, que é facilitar o dia a dia das pessoas. Leia mais sobre o assunto nesse blogpost sobre personalização e segmentação.